09/06/2023 às 13h40min - Atualizada em 09/06/2023 às 13h40min
Um ditado popular
Coluna de opinião do jornal impresso
Francieli Perondi
“O difícil não é matar um leão por dia, o difícil é desviar das antas”. Ouvi essa frase pela primeira vez há algum tempo e costumava achar ela um pouco pretensiosa demais, como se a pessoa que a falasse se achasse superior às outras e não gostasse de ter que lidar com situações do dia a dia que são simples de serem resolvidas, só precisam de um pouco de paciência. Mas aí, no mundo adulto, começo cada vez mais a me deparar com algumas “antas” em meu caminho, e começo a pensar um pouquinho diferente.
Realmente, ter que matar um leão por dia, ou seja, trabalhar, fazer os corres, resolver problemas reais, não são a parte mais difícil; a parte mais difícil é ter que lidar com gente ignorante (ignorante no sentido de que ignoram alguma informação) e que por serem ignorantes passam a acreditar que sabem tudo o que está envolvido em todos os processos, independente de isso estar diretamente ligado ao que ela faz ou não.
Trabalhar com atendimento ao público, lidar com pessoas o tempo todo, é um verdadeiro exercício de paciência. Nada, repito, nada nos prepara para isso. Com o passar do tempo começamos a criar uma casca, vamos entendendo que o problema da pessoa não é com nós, não de verdade, afinal ela nem te conhece. O problema é da pessoa com sua ignorância (no sentido de que ela ignora uma informação), e isso faz com que ela “solte os cães” em quem está perto.
A minha formação em psicologia foi muito boa, no entanto, ainda assim é muito mais fácil trabalhar com um paciente por vez, vê-lo 50 minutos por semana e ajudá-lo a lidar com suas questões, do que ter que trabalhar com pessoas no geral, resolvendo coisas que elas não entendem, não tem intenção de entender, e lidando com o mau humor delas, pois ao não entenderem algo se sentem enganadas, passam a agir de forma desconfiada como se todos estivessem querendo passar a perna nelas.
Calma lá, estamos apenas no começo do mês, precisamos afinar a paciência e apurar bem os olhos para conseguir desviar das antas sem precisar bater de frente com elas.
Por: Francieli Perondi
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