Esta é minha última coluna

Há dois anos e quatro meses atrás, em 25 de março de 2021 foi veiculada a primeira coluna Dialogando, que escrevi aqui para o Sentinela do Oeste. Estávamos no auge da pandemia e foi uma oportunidade de tentar contribuir um pouco com vocês, nobres leitores do jornal, para que pudessem ter semanalmente algumas palavras que de alguma forma pudesse tocar a vida de cada um. Se ao menos uma pessoa leu, gostou e achou que o que escrevi aqui fez alguma diferença em sua vida eu já me sinto extremante satisfeita.
Na edição do dia 8 de junho de 2021, eu escrevi que “O difícil é continuar”, me referindo que começar algo é sempre empolgante, instigador, mas o que realmente é difícil é darmos continuidade em algo. E eu estava certa! Não que eu tenha perdido o gosto pela escrita, ou tenha deixado de apreciar o que faço aqui, mas não consigo mais honrar meu compromisso e enviar semanalmente um conteúdo para cá. Vocês não sabem (ou não sabiam), mas houve semanas em que enviei o texto já na prorrogação do segundo tempo, com a edição quase fechada.
Como falei para o Igor, na mensagem onde expliquei que deixaria de escrever, fica mais bonito eu admitir que não consigo mais honrar o compromisso, do que deixar o jornal na mão, aguardando o meu texto que não viria.
Eu vejo que quando conseguimos manter algo que fazemos constantemente por um longo período é algo muito valioso em nossa vida, mas também vejo que nossa palavra deve ter valor, que devemos honrar nossos compromissos, ou então ser responsável o suficiente para assumir quando não podemos mais. Para mim, a forma certa de fazer isso é reconhecer, jogar limpo (sem arrumar desculpas) que eu, e somente eu, não poderei honrar uma palavra dada.
Dessa forma, agradeço imensamente a todos que tiraram um tempo de suas vidas, para ler o que escrevi aqui. Não pedirei desculpas caso alguma palavra minha tenha desagradado alguém, afinal agradar a todos nunca foi o objetivo. Mas enalteço as mensagens que recebi de pessoas que vieram me falar de algo que escrevi e que, de alguma forma, as tocou.
É isso, agradeço ao Sentinela pela confiança de sempre, e mais uma vez deixo aqui um até breve, afinal, desde que parei de trabalhar no Jornal nunca foi verdadeiramente um adeus.
Um abraço a todos, da Fran.
 
Por: Fran Perondi


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