Novas mudanças no NEM afetam principalmente os alunos que estudam no período noturno, já que eles têm uma carga horária mais extensa. (Foto: Divulgação) O Novo Ensino Médio (NEM) está passando por modificações a nível nacional. Entre essas mudanças, está a adesão ao ensino híbrido. Quem dá mais detalhes é a assessora de direção Francieli Cristina Zamboni, que atualmente é responsável pela coordenação do NEM na Escola Estadual Claudino Crestani, de Palma Sola.
As mudanças no Novo Ensino Médio ocorreram através de uma escuta, realizada em 2023. Através dessa escuta, o governo federal ouviu profissionais da educação e alunos, que puderam avaliar o que funcionava e o que não funcionava. Uma das reivindicações foi quanto ao período integral nas escolas.
Conforme expõe Franci, na Claudino, professores e alunos estavam há dois anos trabalhando com o ensino integral. “Nós aderimos a matriz 31A, então os alunos do 1º ano do ensino médio (EM) vinham toda manhã e uma tarde por semana para a escola. A partir do 2º ano os alunos tinham opção de cursar além do ensino regular, um curso técnico. Aqueles que escolheram o curso técnico vinham duas tardes para a escola. Os alunos que hoje estão no 3º ano, continuam vindo para a escola à tarde, por conta da matriz”.
A partir de 2024, quem ingressa no ensino médio não tem mais o período integral, vem apenas em um período. Para suprir essa ‘tarde à menos’, na escola, o governo incluiu o ensino à distância. Hoje os egressos do 1º ano no Claudino vão para a escola de manhã, onde tem aulas regulares, além dessas aulas regulares, tem seis aulas semanais para fazer à distância, através da plataforma Google Sala de Aula – ou Google Classroom –, implementando desta forma, o ensino híbrido nas escolas.
Para os alunos que estão no período diurno, o 2º ano, que não é técnico, também faz seis aulas a distância e o 3º ano, que é técnico, faz somente quatro aulas à distância, pois eles permanecem indo para escola uma tarde por semana. Vale pontuar que os terceiros anos estão em uma matrícula de transição e terminalidade, por isso continuam em período integral.
Já para os alunos que ingressaram no ensino médio noturno, é um pouco diferente. “Quem optou por fazer à noite, entrou sabendo que terminaria o EM em quatro anos. Outra mudança foi a retirada do quarto ano”, explica a assessora.
Ela acrescenta um detalhe importante: “Os alunos vão concluir o EM em três anos, mas quem ingressou no 1º ano terá as seis aulas semanais à distância. Quem está no 2º ano tem 12 aulas, pois está cumprindo a carga horária do 2º e do 1º ano. Quem está no 3º tem 18 aulas semanais à distância, pois está cumprindo a carga horária do 3º, 2º e 1º ano, que ele iria fazer lá no 4º ano”.
Os alunos do 3º ano noturno, que cursam o ensino regular e o ensino técnico, vão concluir o ensino regular em três anos, mas terão que cursar um quarto ano, para concluírem o curso técnico, já que as aulas são todas presenciais. “Outra mudança é que a partir de agora, o curso técnico inicia no 1º ano, não mais no 2º, como previa o modelo antigo”.
A escola entende que ficou mais difícil para quem está estudando à noite, pois a maioria estuda no período noturno porque trabalha durante o dia, mas é importante que os alunos levem a sério as aulas à distância, caso contrário, correm o risco de reprovar por faltas. “Estamos trabalhando com eles a importância de ter uma rotina e organização para não deixar as atividades acumularem”, enfatiza Franci.
As aulas à distância
Através do Google Classroom, os professores disponibilizam atividades/aulas para serem feitas/assistidas extra classe. Por exemplo, se na terça o professor disponibilizar a atividade à distância para o aluno. Este aluno terá que fazer a devolutiva da atividade até a próxima terça-feira. Não são aulas síncronas, o professor disponibiliza a vídeo aula ou a atividade e o aluno tem uma semana para concluir. Nesse formato à distância o aluno só ganha presença através da devolutiva.
O professor que dá a aula presencial obrigatoriamente tem que ser o professor que dá aula a distância, para que haja esse contato com o aluno, facilitando o desenvolvimento das atividades. A ideia é que essa parte a distância complemente o ensino em sala de aula. A orientação é que os professores disponibilizem, por exemplo, atividades para serem realizadas on-line, mas realizam a correção destas, de modo presencial.
Outro detalhe é que a aula on-line, deve ter o mesmo tempo de duração de uma aula presencial, ou seja, 45 minutos. “Então o professor pode colocar um vídeo de 45 minutos para o aluno assistir? Não. O professor tem que calcular o tempo que o aluno leva para acessar a plataforma de ensino, o tempo de ver o vídeo, ler e entender a atividade e fazer a atividade, seja uma pesquisa, lista de exercício ou redação. O conjunto de todas essas ações deve somar 45 minutos. É importante pontuar que isso não é determinação da Claudino, mas sim, orientações e definições que o Caderno do Ensino Híbrido determina que a gente faça”, esclarece Franci.
Preocupação com a aprendizagem
A escola não espera que haja queda na aprendizagem com a chegada do ensino híbrido, pois os alunos que tem foco e objetivo vão cumprir com as atividades. Franci informa que a escola conta com alunos que já estudam sozinhos à distância e foram destaques no ENEM.
“A aprendizagem é 50% do professor e 50% do aluno. O que nos preocupa é a falta de interesse dos alunos, que não dão valor para o estudar. Percebemos uma diferença grande quando a família acompanha o estudante, cobra e tem regras, o resultado é um. Na vida do aluno que não tem tanto acompanhamento da família, que fala pra gente que só vem à escola para não ter problemas com o Conselho Tutelar, que não se dedica nem nas aulas presenciais, não conseguimos fazer muita diferença”, esclarece.
Ela conclui afirmando que a escola conta com um quadro de profissionais nota 10, a maioria com pós-graduação e até mesmo mestrado, então é importante que os alunos tirem o máximo desses professores.
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