No Claudino Crestani 90% dos professores aderiram à greve. (Foto: Imagem Ilustrativa) Os professores da rede estadual de ensino iniciaram na terça-feira, dia 23, uma greve geral. O objetivo da paralisação, intitulada “2024 o ano da carreira”, é chamar a atenção do Governo Estadual de Santa Catarina e reivindicar o piso na cadeira e a descompactação da tabela salarial, hora atividade aos professores dos anos iniciais, a revogação dos 14% descontados dos aposentados e o concurso público.
A greve tem previsão para encerrar na sexta-feira, após reunião entre os representantes do comando de greve a nível estadual e o Governo Estadual. Caso a proposta do governo for satisfatória, a tendência é que as aulas retornem na próxima segunda-feira, dia 29.
Quem dá mais detalhes é o professor Carlos Dal Pra, que atua como coordenador pedagógico na Escola Estadual Básica Claudino Crestani, do município de Palma Sola. Segundo ele, 90% dos professores da Claudino Crestani aderiram à greve e, a nível estadual, 85% dos professores aderiram ao movimento, além deles, para os serviços de merenda escolar, manutenção e limpeza das escolas.
Piso na carreira e a descompactação da tabela salarial
Hoje o professor recém formado ganha R$ 4.580,57, que corresponde ao piso salarial da categoria. Em comparação, os professores que já tem uma carreira/especialização se aposentam hoje, ganhando R$ 6.789,75.
“Além da aplicação do piso salarial na carreira, o magistério defende a descompactação da tabela. Para que a cada três anos de trabalho ocorra reajuste percentual. Você envelhece no trabalho, ganha prática, acumula conhecimentos/especializações e o salário aumenta. Com essa reivindicação atendida o professor com especialização vai se aposentar com R$ 12.024,00”, explica Carlos.
Hora atividade
Os professores ainda cobram a aplicação da hora dos professores dos anos iniciais e do segundo professor, que corresponde a 20% da carga horária dos professores. “No caso do Claudino, temos 14 segundos professores que atendem os alunos com dificuldade de aprendizagem. Eles ficam 8h diárias em sala de aula e queremos para eles hora atividade, para que eles possam preparar uma aula diferente”, relata o professor.
Novo concurso público
Segundo Carlos, o estado de Santa Catarina está com cerca de 30% dos seus professores efetivos, o restante atua na modalidade ACT (Admissão em Caráter Temporário). Dessa forma, todos os anos ocorre a troca de professores, acarretando na descontinuidade do processo de ensino-aprendizagem.
Revogação dos 14%
Outro pedido dos professores é a revogação dos 14% que são descontados dos aposentados, com a aprovação do PLC 37/2023, Projeto de Lei de Iniciativa Popular viabilizado pelas mais de 80 mil assinaturas por nós recolhidas e que agora está nas mãos dos deputados estaduais.
“Eu por exemplo, sou aposentado, contribuí durante toda a minha carreira com 8,5% do meu salário para o fundo de aposentadoria. Hoje, ainda é descontado da minha folha esses 8,5%, mais os 14%. Esse recurso fica no fundo de aposentadoria”, explica Carlos.
Reposição das aulas
Uma das preocupações dos pais e alunos, em relação à greve, é a reposição das aulas. Conforme Carlos, a reposição deve ocorrer em julho, durante o período das férias escolares. “10% dos nossos professores não aderiram à greve, então algumas turmas devem ter aula durante esta semana. Sabemos que se a greve se estender por muito tempo, o movimento acaba perdendo força, então nossa expectativa é ter uma resposta até sexta, dia 26”, finaliza Carlos.
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