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11/06/2024 às 16h30min - Atualizada em 11/06/2024 às 16h30min

Rainha Elizabeth de Palma Sola

Com quase 90 anos, Terezinha Zandoná Crestani revela uma vida rica em experiências, marcada por valores, perda de familiares e pela fé

Igor Vissotto
Palma Sola
Aos 17 anos, Terezinha casou-se com Gentil Crestani, com ele teve quatro filhos, Nelci, Nilson, Paulo e Maristela. ASO/Igor Vissotto
Terezinha Zandoná Crestani nasceu em Paraí, no Rio Grande do Sul, no dia 5 de janeiro de 1937. Filha de Jacob Zandoná e Arzelinda Valente nome da mãe. Hoje, aos 87 anos, ela é uma senhorinha de cabelos grisalhos, de pele macia e vincada pelo tempo, de andar arqueado, mas sempre com um sorriso ao cumprimentar por quem passa. Pela idade, pela trajetória de vida, pela aparência, pela generosidade e até por já ter perdido muitos familiares, é chamada – por alguns – de Rainha Elizabeth de Palma Sola.
Dona Terezinha, como todos a chamam, compartilha com os leitores do jornal Sentinela, algumas das suas memórias, passando pela infância no Rio Grande do Sul, adolescência na Fazenda Caldato, juventude em Palma Sola, até o casamento com Gentil Crestani e a criação dos filhos em uma época que as fraldas eram de pano e até mesmo esquentar a mamadeira de uma criança era trabalhoso. A história dessa mulher resiliente, profundamente conectada à fé, proporciona reflexões sobre a importância da família, a superação de perdas e a busca por um equilíbrio na educação dos filhos.
 
Como são os dias de uma senhora prestes a chegar aos 90 anos de idade?
Gosto de conversar, mas falar coisas boas, não gosto de falar da vida dos outros. Gosto de conversar sobre as coisas que Deus fala pra gente. Participo de um grupo muito bom, que é o Cenáculo da Nossa Senhora. Estamos em umas 20 pessoas, nos reunimos toda a semana, uma vez em cada casa, rezamos o terço, e levamos uma santa que vai passando de casa em casa.
No Cenáculo fazemos orações para os doentes. Se sabemos que tem alguém doente vamos visitar, pedimos em oração para a melhora da pessoa. Batemos papo, tomamos um chazinho e ficamos juntas. Gosto de passar meu tempo com a família, minhas filhas, meus netos, bisnetos e com as amigas.
 
A senhora se considera uma pessoa muito religiosa? Vai na igreja?
Acho que eu sou religiosa. Vou na Igreja quando posso, quando estou boa. Uma época sofria com a minha perna, ainda está inchada, então não tenho ido muito. Senão vou na missa todo sábado e domingo, mas o terço rezo todo dia em casa.
 
Você já sofreu muitas perdas, diante disso, nunca perdeu a fé?
Não, nunca perdi a fé. Acho que foi por isso que eu consegui levar a vida adiante. Em sete meses [durante a pandemia do Covid] eu perdi três da família: o meu filho Nilson, o meu genro Marciano que era outro filho e o meu neto Daniel, antes ainda, perdi o meu filho Paulinho, que aos 22 anos saiu de casa e eu não vi mais. Ele morreu num acidente de avião, foi muito triste mesmo, mas naquela época eu ainda tinha o marido do lado que me ajudava, tinha uma pessoa pra dividir a tristeza, pra abraçar e chorar junto.
Agora essa pandemia foi um rombo. Fiquei bem baqueada, depressiva, eu pedia pra Deus me dar forças. Jesus, que não devia nada, também morreu sofrendo e a mãe dele teve que suportar, então eu entreguei pra Deus e pra Nossa Senhora.
Quando o meu neto Paulo estava entubado em Chapecó, estava mal, me disseram que ele não ia escapar, nisso já tinha perdido os três, fiquei quase louca. Ia para o meu quarto, onde tenho um altarzinho com meus santos, eu ganho muitos santos, e pedia a Deus e a Nossa Senhora que me levasse ao invés de levar mais um da família. Lembro que pedia pra Ele me levar, eu dizia: “Deus, já vivi minha vida, estou pronta, quer me levar hoje pode me levar, mas não leve mais ninguém da minha família!”.
O Paulo ficou bem, mas olha, passei alguma coisa. A fé, acho que ajudou.
 
A senhora busca forças na fé e na família. Percebo que dificilmente fica sozinha, está acompanhada das filhas ou nora, já teve desavença com alguém?
Graças a Deus não tenho nada com nenhum da família. À Deus eu peço a paz na família. A Nice é igualzinha uma filha, como também era com o Marciano, ele tinha até o quarto dele aqui em casa. A Nice, quando está em Palma Sola, vem todo dia me ver, agora ela está em Balneário, acho uma falta danada, ela está sempre do meu lado, larga tudo pra ficar comigo. Digo pra ela que eu consigo me virar sozinha, mas não adianta se eu tenho que sair pra qualquer lugar ela vai junto. Me sinto abençoada.
 
A senhora está sempre serena, já teve desavenças com alguém na vida?
Não, Graças a Deus. Eu não me lembro, então acho que não houve.
 
Você veio para a região em 1948, quantos anos tinha?
Eu tinha 11 anos. Meu pai [Jacob Zandoná] veio para fazenda Caldato, em Campo Erê, fez sociedade com o seu Luiz Caldato e colocou a serraria ali. Nessa época também foi construída a Usina, usada até hoje pela firma.
 
Você tem seis irmãos, há mais algum vivo além da senhora?
Sim, três irmãs, duas moram em Sorriso-MT e a outra em Renascença-PR, essa já tem 94 anos, de irmão homem só o Lino, mas tadinho este já se foi.
 
É uma família de genética duradoura, podemos dizer que você, Dona Terezinha, é a Rainha Elizabeth de Palma Sola?
[Rindo] Acredita que fui para Camboriú, saí passear e comecei a ser seguida por um homem que me chamou de Rainha Elisabeth. Agora o meu neto Paulo Albino me judia, diz que tenho que voltar pra Camboriú para ver o namorado. Me distanciava dele e quando via, estava do meu lado.
 
Falando em namorado, quantos anos tinha quando conheceu seu futuro marido?
Tinha 15 anos.
 
E o que você lembra da época da infância e adolescência em Palma Sola?
A gente vivendo no mato né. Eu também trabalhava na roça junto com a família, na foice e no machado. Eu derrubava pinheiro junto com o Lino [irmão], depois a gente serrava o comprimento da tora, tudo com serrote de mão, cada um puxando de um lado.
Tenho uma grande amiga daquela época, a Maximina Strapasson, a gente fazia e levava almoço pros homens durante a construção da usina. Ficava em uma baixada, era longe, eles estavam cansados e não queriam perder meia hora de serviço. Então a gente levava cestas de comida pra eles.
A Maximina estava na minha festa de aniversário [a festa de 87 anos foi realizada dia 6 de janeiro]. O meu pai trouxe o pai dela do Rio Grande para trabalhar. Nos finais de semana a gente se reunia, o pai da Maximina era meio índio e tocava uma gaitinha de ponto, ele tocava gaita e a gente dançava. Depois da cantoria era hora do café, a mãe fazia um bolinho, as crianças iam pro mato e faziam coleção de flores, quem juntava menos flores tinha que fazer o café ou o mate doce. Era o nosso divertimento.
Mais tarde as animações eram por conta dos Lara, que também tocavam gaita, aí nos domingos a gente inventava um matiné e dançava.
 
E quando foi que conheceu o Gentil Crestani?
Em 52 o pai rompeu a sociedade na Caldato. Vendeu lá e comprou 11 colônias de terra aqui em Palma Sola, onde hoje tem as vacas [Compost Barn]. A família toda veio pra cá trabalhar na roça, com agricultura numa área onde estávamos derrubando os pinheiros.
Eu já conhecia o Adelino, o Claudino e o Jandir [irmãos de Gentil], nos domingos o pai chamava eles para almoçar, aí eu comecei a conhecer a família, conheci o Gentil e ficamos amigos. Depois começamos a namorar. Com 17 anos casamos e do casamento vieram quatro filhos, a Nelci, o Nilson, o Paulo, e a Maristela.
 
Como foi o começo da vida de casados?
O marido trabalhava muito, primeiro ele era tratorista no mato, depois que arrumaram motorista, ele passou a puxar madeira de caminhão para Cruz Alta junto com o Claudino. O Gentil quase nunca estava em casa, minha sorte é que minha mãe morava perto, eu pegava e ia lá pra casa dela.
 
Quais os desafios dos primeiros anos de casados?
O Gentil teve uma pericardite [inflamação em volta do coração, geralmente acompanhada pelo acúmulo de líquidos em volta do coração] grave. Ele foi internado em Barracão, com o doutor Luiz Carlos Barreiro, ficou entre a vida e a morte, quase morreu e precisou ser transferido para Carazinho/RS. Ele foi levado de avião.
A colonizadora Dambros e Piva arrumou tudo. Ligaram pra Polícia Federal, eles tinham um avião de quatro passageiros ali em Barracão. Mandaram esse avião para cá para levar ele até Carazinho, se não ele não iria aguentar. Nós ficamos 56 dias lá e eu tive que deixar o Paulinho pequeno, o Nilson e a Nelci. Eles ficaram com a minha mãe. Era um sofrimento ficar longe das crianças, o Paulo tinha 1 aninho, começou a dar os primeiros passinhos, quando voltamos ele nem me conhecia direito.
 
Qual foi a importância da colonizadora Dambros e Piva para a família Crestani?
Naquele tempo só tinha mato por aqui e a Dambros e Piva era dona de quase toda a terra, os Crestani vieram como meeiros. Conforme a madeira foi diminuindo na região os Dambros e Piva ofereceram a terra para os Crestani, foi nesta época que os meus sogros completaram bodas de ouro. Os Dambros e Piva brincavam que meu marido e os meus cunhados seguravam tanto a carteira que podiam comprar vestido, mas não podiam comprar as roupas de baixo. [risos]. Eu achava engraçado porque os Dambros e Piva eram dois sócios que começaram do nada e ficaram ricos, compraram terra por tudo, a região de Marmeleiro, de Santo Antonio, por tudo. Quando eles sentiam confiança em alguém faziam parceria. Em Marmeleiro eram os Bandeira, aqui em Palma Sola os Crestani.
Lembro do Gentil falando: Primeiro vamos pagar os Dambros e Piva, depois a gente vê como ficam as outras contas. Mas era sofrido, não era fácil viver no meio deste matão, quando um ficava doente não tinha recurso, tudo era longe. Hoje é tudo mais fácil.
 
Seu Gentil voltou a ter uma doença grave?
Teve Leucemia, quando ele acabou de fazer a quimioterapia teve um câncer de intestino. Ele fez uma cirurgia e teve uma infecção, faleceu em 1999, com 72 anos.
 
Voltando para o começo da vida familiar de vocês, onde moraram?
Onde é o posto de gasolina [Darley Veículos, na esquina entre a Av. Crestani e a rua Laurindo Crestani], era nossa casa, éramos vizinhos do hotel da família Braum. Era uma casa boa, de madeira, com aquele chuveiro de puxar a cordinha, tinha uma geladeira a querosene que era única na cidade.
O pessoal do hotel comprava um pouco mais de carne e deixavam na minha geladeira. Lembro que comprava querosene do Giotte, era uma família que tinha caminhão. Um dia se enganaram e colocaram gasolina no tambor de querosene. Pra geladeira funcionar a gente colocava o querosene em um tanque, ele era embaixo e a gente puxava, como se fosse uma gaveta, a gente ascendia um pavio de fogo e empurrava. Quando fui empurrar estourou o fogo porque era gasolina. Eu jogava água pra apagar o fogo, achava que ia apagar. Gente que susto! A sorte que meu cunhado estava perto, escutou o barulho, correu pegou o colchão das crianças e veio batendo, senão não sei se não tinha incendiado a casa toda.
 
Que outras lembranças você e seus filhos têm dessa casa?
A filha Nelci que acompanhou a primeira sessão da entrevista responde:
Éramos em muitos primos, mais de uma dezena, todos vizinhos. Nos criamos próximos da sanga do farelo, rodeada pela família.
 
Além de trabalhar, quais eram as atividades de lazer de vocês?
A gente viajava bastante, levava as crianças passear na minha irmã, que morava em Frederico. A gente ia seguido, quando o Gentil não estava eu ia sozinha dirigindo umm fusquinha azul, passava a balsa e ia por Mondaí.
 
Nessa vida de casal, a senhora era dependente do seu marido ou tinha seus quereres, suas vontades?
A gente se dava bem, nunca tive problemas para viajar sozinha. Uma época eu era aquela que levava o pessoal da firma pro hospital em Francisco Beltrão, Pato Branco, levava a minha sogra Augusta sempre, por que ele me ensinou muito cedo a dirigir. Sempre dizia que eu tinha que saber dirigir. Eu tinha um fusquinha, e a firma tinha um carro mais potente, quando precisavam que resolvesse algo pra firma, ia com aquele carro.
Lembro uma vez que um senhor quebrou a perna, eu tinha que levar ele em Beltrão e ele engessou a perna. Pra trazer ele, tiramos o banco da frente, ele ia sentado atrás com a perna apoiada em uma caixa. Quanta gente eu levava no hospital.
 
Casada, a senhora ficou com os afazeres da casa, como era a rotina?
Não tinha fogão a gás, para esquentar a mamadeira de uma criança tinha que ser no fogão a lenha, cozinhar era tudo no fogão a lenha.
Tinha um tanque na sanga, lavava a roupa ali. A primeira lavadora de roupas que o Gentil comprou era uma Bendix. Ela lavava, mas ela não centrifugava, então as roupas de cama de algodão e todo o resto era torcido à mão.
Não tinha onde comprar um pão, não tinha onde comprar carne. Uma vez por mês carneavam gado e avisavam, daí comprávamos uns quilos, mas daí tinha que consumir logo. Quando precisava o pai carneava um porco, a gente fritava tudo no tacho e depois botava numa lata com a banha dentro, ficava um mês ou dois ali, a gente ia tirando por partes, esquentava e comia. Quando queria carne fresca, matava uma galinha.
 
Como é que eram as fraldas daquela época?
Fralda de pano. Minha mãe me dava lençol velho, daí ela rasgava os pedaços e fazia barrinha na máquina.
 
Era uma época de muitos sacrifícios?
Pra mim nada era difícil, depois que eu casei pra mim era o céu, porque eu trabalhava num serviço muito pesado quando morava com os meus pais. Tinha que ir pra roça de manhã pra voltar só de noite, nos fins de semana aproveitava pra fazer faxina em casa né, a mãe tinha problema no nervo ciático e não podia fazer tudo. Ela podia fazer comida pra nós, o resto a gente fazia tudo.
Lembro de quando morava com meus pais, que nos dias de chuva, nós filhos, ficávamos cavoucando terra para fazer o porão da casa. Um trabalho para compensar que não íamos para a roça.
 
Então depois que a senhora casou nada era tão difícil?
Não foi nada difícil enfrentar uma casa com quatro filhos, sempre dei conta de tudo, graças a Deus. Claro, conforme as crianças foram crescendo elas ajudavam.
 
Como é que foi para esse casal naquela época dar estudo para os filhos?
A gente pensava que era importante, porque não tivemos estudo, nunca moramos em lugar que pudesse estudar e os pais também não se importavam de mandar a gente estudar.
A Nelci queria continuar estudando, mas aqui não era possível. Então, com 11 anos, foi para São Carlos/SC, num internato de freiras onde ficou quatro anos e fez o ginásio. Eu chorava de saudade, mas quando meu marido tinha uma folguinha, pegávamos o fusca e íamos ver ela. Depois ela foi para Pato Branco/PR e mais tarde Curitiba/PR para cursar medicina, se formou médica pediatra e continua morando em Curitiba.
O Nilson foi para São Paulo. Ele queria estudar e isto veio de encontro com a necessidade de termos alguém da família na filial de São Paulo. Então estudava e trabalhava. Sempre que podia dava um jeito de vir para casa. Ele trabalhou em várias coisas desde os 12 anos, começou trabalhando de ajudante no posto de combustível.
O Paulo foi para Francisco Beltrão/PR e estudou contabilidade. Ele estudava e trabalhava no banco Bamerindus, na época era uma rede grande de bancos. Não queriam que ele saísse do banco, mas a gente precisava dele ajudando aqui, então pedimos pra ele voltar. Mais tarde o Gentil se arrependeu, dizia que se a gente tivesse deixado ele em Beltrão, quem sabe não tinha acontecido isso, mas sei lá, o destino né...
Com 17 anos, a Maristela foi para Curitiba e ficou seis meses, mas como era muito apegada à família, veio estudar em Francisco Beltrão. Assim, nos finais de semana podia vir para casa. Casou com 18 anos e depois que os filhos cresceram é que ela fez faculdade. Formou-se em Ciências Contábeis.
 
Através do trabalho, você e seu Gentil conquistaram uma vida confortável e conseguiram dar isso aos filhos, certo?
Às vezes eles queriam tal coisa, o meu marido era muito positivo, dava as coisas, mas não era de largar à vontade os filhos. A gente sempre segurava um pouco, não adianta dar tudo que eles querem. Às vezes era difícil falar não, outras vezes a gente não podia dar, mas a gente não podia ficar esbanjando, pois não sabia quando alguém ia ficar doente e precisar do dinheiro.
 
Através de sua experiência como mãe e avó, o que fazer para não estragar um filho?
Não pode dar tudo que o filho quer, a gente tem que dar o limite. O Gentil sempre falava: não é pra dar peixe, é preciso ensinar a pescar.  
 
Sobre a festa de aniversário dos 87 anos dona Terezinha resolveu fazer um bailão, queria fazer alguma coisa para reunir familiares e amigos, justamente porque sentia que depois do Covid as pessoas acabaram se distanciando. Foi um período muito triste. . Colocou uma regra, que todos os convidados não poderiam trazer presente, no máximo um quilo de alimento não perecível. Reuniu mais de 500kg de alimento. Um baile que foi das 19h30 às 22h30.
A família só ficaram sabendo do bailão, que virou a festa de aniversário, só depois da banda contratada e da data marcada.
A filha Estela ficou encantada com o querer de aniversário da mãe, uma banda que custou muito menos que um celular novo e a partir desta banda reuniu familiares e amigos.
 
 
A melhor definição para a minha mãe, é que a vida foi jogando carrinhos e carrinhos de limão e a minha mãe teve a sabedoria de fazer deliciosas limonadas. Sempre teve fé, resiliência para resolver estes problemas.
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