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05/10/2023 às 17h45min - Atualizada em 05/10/2023 às 17h45min

O homem que marcou a história de Guarujá

Nestor reside em Guarujá do Sul desde 1955, sua vida teve total interferência no desenvolvimento do município

Nestor participou da emancipação do município de Guarujá do Sul e foi o primeiro prefeito eleito, atuando na gestão por 10 anos. 1963 – 1969, 1973 – 1977. (Foto: Sofia Bertolin)
Nestor Emanuel Grimm nasceu em Campina, Rio Grande do Sul no ano de 1928. Na época era distrito de Santo Ângelo, atualmente é município de Campina das Missões. Residindo em Guarujá do Sul desde de 1955, foi o primeiro prefeito eleito do município e atualmente está com 95 anos. Nestor foi casado com Maria Normelia Grimm por mais de 6 décadas, com ela teve quatro filhos, Léo Carlos Grimm, Salete Grimm, Jorge Grimm e Alberto Grimm. Ele relembra de sua companheira com muito amor e carinho.
Em um período de sua vida, foi professor na congregação dos irmãos Lassalistas. Colégio fundado pelo irmão São João Batista de La Salle, “ele viu que a classe mais pobre não tinha acesso à escola, então inventou uma escola gratuita”, relata. Formado em história e geografia, conta que francês era a língua oficial da congregação. “No mundo inteiro as escolas da congregação falam em francês e eu tive que aprender”.
Aos 23 anos ele foi pedir para o padre um conselho. Nestor sentia que ali não era o seu lugar e o padre usou uma frase que marcou sua vida “você aguentou até agora, fica”, para Nestor aquilo soou como um castigo e segundo ele estar lá parecia de fato um castigo.
Com 27 anos ele saiu e tudo o que menos queria era ser professor. Mecânico foi seu primeiro emprego, após sair da congregação. Ajudou a fundar e construir a Mecânica Guarujá Limitada, era localizada onde hoje está o Banco do Brasil, ele brinca que se formou mecânico na marra. “Ali eu fiz um ranchinho e morei sozinho com cinco ou seis cachorros”, além da companhia os cachorros eram para caça. “Ali eu comecei minha vida”, relembra com muita felicidade.
Em 1948, quando Guarujá pertencia à Dionísio Cerqueira, o prefeito da época Hélio Wasum indicou seu nome ao governador Heriberto Hulse, que o nomeou como tabelião e escrivão vitalício de Guarujá. Nestor que já tinha preparo contabilista, “aprendi com os irmãos Lassalistas”, abriu seu escritório, junto com o cartório e foi em busca de um ajudante. Logo depois, fundou um colégio Cenecista, formando muitos guarujaenses em contabilidade.
Ao ser questionado sobre como conheceu sua esposa, conta que quando estava na casa dos 20 anos, decidiu que iria ter uma namorada quando tivesse sua casa própria e economia suficiente. “No começo pra crescer na vida, não ia em bailes, não dançava, embora eu tivesse vontade”. Quando percebeu que tinha chegado a hora, mandou um bilhete para Maria Normelia pedindo se ela aceitava namorar com ele, “ela prontamente respondeu que se fosse verdade, aceitava”.
Viveram juntos até 2018, iriam completar bodas de diamante no ano seguinte em que ela faleceu. Nestor sente a perda de sua esposa, mas é muito grato por ter seus filhos por perto. “Todos os meus filhos estão bem de vida, são trabalhadores e me deram muito orgulho. Nos momentos de necessidade um sempre ajuda o outro, somos muito unidos”.
Em 1963, foi eleito o primeiro prefeito de Guarujá. “Fui eleito o primeiro prefeito por conta que eu ajudei a emancipar”. Relembra que ao ser eleito teve que começar a construir tudo. Uma de suas obras foi centralizar as estradas do interior para o centro do município, construiu pontes e novas escolas. “Naquele tempo eu construí uma escola em cada linha”, conta. Sua primeira obra foi a ponte construída próxima a atual estação de captação da água da Casan.
Nestor foi quem construiu a primeira prefeitura guarujaense, no ano de 1975. Diz ter feito a construção em um padrão elevado para a época. “Agora está sendo aumentada e melhorada pelo atual prefeito, mas sem destruir aquilo que eu construí. Me senti muito feliz.” Relata que as palmeiras que estão ao redor do terreno foi ele quem plantou e brinca dizendo que hoje estão mais altas que a prefeitura.
Foi prefeito de Guarujá por 10 anos e o seu desejo é que o município vá bem. “Gostaria de ter feito mais, mas aquilo que não deu para mim fazer, outros fizeram e chegamos até aqui”. Ao sair da política voltou a atuar no cartório onde ficou até se aposentar. Depois que se aposentou, seu filho Alberto Grimm, mais conhecido como Beto, ficou no seu lugar como responsável pelo cartório.
O homem que marcou a história está com 95 anos e apesar da idade se sente animado com a vida, “eu quero viver, a vida é bonita”.


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