21/05/2024 às 09h00min - Atualizada em 21/05/2024 às 09h00min

O amor e a entrega na construção e manutenção da igrejinha São Roque

Nesta edição o Sentinela conta a história da igrejinha São Roque, construída em Campo Erê em 1959. Ademar Espier é o morador mais antigo da comunidade e sempre atuante em todas as atividades

Ademar tinha 18 anos quando ajudou na construção da igreja que ele, seus filhos e tantas outras pessoas se casaram. Sempre esteve envolvido nos trabalhos, seja na frente ou por trás dos bastidores. (Foto: Ruthe Kezia)
Será que é possível saber quantos casamentos, quantas pessoas se ajoelharam para rezar, quantas pessoas fecharam os olhos suplicando uma graça, quantas pessoas choraram no enterro de um familiar ou amigo.
Nos últimos dias, a equipe do Sentinela entrevistou o Ademar Espier, o morador mais antigo da comunidade São Roque, no município de Campo Erê. Ele quem participou da primeira reunião quando os outros moradores, juntos, chegaram a conclusão que iriam construir uma escolinha e uma igrejinha.
Ademar relembra que quando tinha 18 anos, em 1959, ele e outras 30 pessoas estavam cobrindo a escolinha [ficava localizada onde hoje é o quiosque, em frente a igrejinha São Roque] quando o padre Luiz, que passava por ali, falou que não seria um bom local para a construção da escolinha: “Ele disse que ali pertinho passaria o asfalto e a escolinha ficaria muito em cima da rua”, Ademar relata que ouvindo a voz do padre, mesmo não acreditando, os homens juntamente com ele foram olhar um terreno acima [terreno onde foi construída a igrejinha].
Ao chegarem lá, os olhos do padre brilharam e mesmo o terreno sendo coberto de pinheiros, o padre conseguia ver a igreja sendo construída e os fiéis regozijando ali. No dia seguinte aqueles homens começaram a limpar o terreno e logo após iniciaram a nova construção.
Depois de pronta, começaram as especulações de qual seria o santo daquela igreja: “Cada um dos moradores queria um santo diferente e como eles não chegavam a um acordo o seu Evaristo perguntou quem iria doar o santo. Ninguém falou nada, ficaram todos quietos”, Ademar conta que Evaristo escolheu o santo São Roque e doou o mesmo. O santo São Roque leva o nome da comunidade e também é a representação da igrejinha.
Antigamente havia pessoas das comunidades vizinhas que participavam dos cultos e das festas promovidas pela igreja: “Os cultos eram sempre cheios, porque não havia outra igreja por perto”, lembra Ademar lamentando que atualmente poucas pessoas participam dos cultos de domingo.
Ademar por muitos anos foi o responsável por cuidar da limpeza da igreja, do cemitério e organizar as festas. Nessa época, ele teve a iniciativa de usar um dinheiro que a igreja tinha para a construção do muro do cemitério. Para a troca dos vidros da igrejinha, ele pediu o auxílio do grupo de mães da comunidade.
Organizou diversas festas que sempre marcaram os moradores: “Até hoje, as nossas festas ganham da igreja matriz” comemora Ademar relatando que mesmo com poucos fiéis, as festas são da igrejinha da São Roque são impactantes, pois uma das características do santo São Roque é influenciar as pessoas a doar.
Nesta igreja foram realizados diversos pedidos, sonhos, inclusive diversos casamentos, como o de Ademar, seus filhos e outras tantas pessoas. O morador mais antigo da comunidade, mesmo hoje com suas limitações, segue ajudando e se envolvendo naquilo que pode: “Aqui, eu criei meus filhos, conquistei minhas coisinhas e pretendo sair daqui só para ir pro céu”, finaliza Ademar.

 
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